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Hoje eu acordei tão efusivo! Repleto de felicidades e sonhos, tão otimista. Hoje eu queria subir uma montanha e gritar minha felicidade a todos.

Uma montanha pequena, claro. Subir montanha cansa. Podia ser uma pequena montanha, mas bem localizada. Um morro. Mas tipo, um morro com uma cidadezinha lá embaixo, dentro de um grande vale, uma grande depressão. Aí eu subiria pelo outro lado, sacou? Todo mundo me vendo, lá em cima, e pensando: “ Puta merda, esse Rodrigo é foda. Subiu a montanha toda, pra gritar a felicidade dele”. Bacana isso.

O que me leva a outro problema. Um cidade no pé do morro, dentro de um vale, ninguém ia ouvir nada. E megafone é uma coisa meio brega. Não ia dar certo. Tinha que ser um paredão, um cânion, sei lá. Aquele mega murão, a cidade toda lá embaixo parada, olhando para mim, lá no topo gritando.

Legal pra caramba.

Que cidade tem uma muralha dessa? Tem em Curitiba. Mas a pedreira é no meio do nada, só tem gente em dia de show. Deixa ver no Google. Espera aí.

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Porra, só no Carajás. E nem é uma cidade, é uma mineração. Até eu chegar lá minha felicidade já passou. Alternativas, alternativas...
Eu podia subir num prédio. Não, mas aí a galera ia pensar que a minha intenção é cometer sucídio, não professar felicidade.

Pô, difícil, né? Mas também, puta idéia besta ficar gritando igual a um retardado em cima de montanha. Morro. Desculpe, pedreira, sei lá.

Besta.

Vocês me desculpem mas esse negócio acabou com meu dia. To péssimo, só quero me enfiar debaixo de uma pedra. Uma pedra leve, sabe? Não quero ficar machucado. Onde é que tem pedra leve que eu caiba embaixo. Deixa ver no Google...

Fizemos uma pausa em nossas transmissões. Somente o tempo necessário para você acordar para um novo dia. Uma nova vida.

7 horas Bom Dia Brasil
8 horas Bom Dia São Paulo

Não sei se me dou ao trabalho de pensar numa piada. Reproduzo por inteiro o texto do blog do Ricardo Noblat.
Tem coisas que ultrapassam a tênue barreira entre o engraçado e o mau-gosto.
Algo como mostrar fotos dos Mamonas Assassinas mortos, entende?
De qualquer forma, existe gente que está sendo paga para pensar no seguinte:

O que você não deve falar

A Secretaria especial dos Direitos Humanos elaborou e começou a distribuir a cartilha “Politicamente correto”. Ela reúne 96 palavras, expressões e piadas consideradas pejorativas e que revelam discriminações contra pessoas ou grupos sociais, como negros, mulheres, homossexuais, religiosos, pessoas portadoras de deficiência e prostitutas, segundo informou O Globo.
A tiragem inicial da cartilha é de cinco mil exemplares e o público-alvo inclui políticos em geral, policiais, jornalistas e professores. O texto foi elaborado pelo professor Antônio Carlos Queiroz, da Universidade de Brasília (UnB). Seguem algumas expressões condenadas pela cartilha que despertou a fúria do escritor João Ubaldo Ribeiro (veja nota a seguir):
A COISA FICOU PRETA: forte conotação racista contra os negros, pois associa o preto a uma situação ruim.
AIDÉTICO: termo discriminador, o correto é HIV positivo ou soropositivo, para quem não apresenta os sintomas, e pessoa com Aids ou doente de Aids, para quem apresenta os sintomas.
ANÃO: são vítimas de um preconceito peculiar: o de sempre serem considerados engraçados. Não há nada especialmente engraçado. O fato de ser anão não afeta a dignidade.
BAIANADA: atribui aos baianos inabilidade no trânsito. É um preconceito de caráter regional e racial, como os que imputam malandragem aos cariocas, esperteza aos mineiros, falta de inteligência aos goianos e orientação homossexual aos gaúchos.
BAITOLA: utilizada para depreciar os homossexuais, assim como bicha e boiola. Sugeridos como corretos: gay e entendido (a).
BARBEIRO: xingamento para motorista inábil. Ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelo e aparar a barba.
BEATA: deprecia mulheres que vão com muita frequência à missa.
CABEÇA-CHATA: termo insultuoso e racista dirigido aos nordestinos, cearenses em especial.
COMUNISTA: contra eles foram inventadas calúnias e insultos, para justificar campanhas de perseguição que resultaram em assassinatos em massa, de caráter genocida, como durante o regime nazista na Alemanha.
FARINHA DO MESMO SACO: junto com expressões como todo político é ladrão, todo jornalista é mentiroso, os muçulmanos são terroristas, ilustra a falsidade e leviandade das generalizações apressadas. O fato de haver políticos corruptos, jornalistas imprecisos e muçulmanos extremistas não significa que a totalidade desses segmentos mereça aquelas respectivas acusações.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO: depois de sistemáticas campanhas de desprestígio contra o serviço público, os trabalhadores dos órgãos e empresas públicas preferem ser chamados de servidores públicos, para enfatizar que servem ao público mais do que ao Estado.
GILETE: o termo adequado é bissexual.
HOMOSSEXUALISMO: é mais adequado usar homossexualidade. Homossexualismo tem carga pejorativa ligada à crença de que a orientação homossexual seria uma doença, uma ideologia ou movimento político.
LADRÃO: termo aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de corruptos, o que demonstra que até xingamentos tem viés classista.
MULHER DA VIDA OU DE VIDA FÁCIL: eufemismos para caracterizar a profissional do sexo, prostituta.
MULHER NO VOLANTE, PERIGO CONSTANTE: frase preconceituosa contra as mulheres, a quem se atribui menos habilidade no trânsito em comparação com os homens, contrariando, aliás, os levantamentos estatísticos.
NEGRO: a maioria dos militantes do movimento negro prefere este termo a preto. Mas em certas situações as duas expressões podem ser ofensivas. Em outras, podem denotar carinho nos diminutivos neguinho ou minha preta.
PALHAÇO: o profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de palhaço uma terceira pessoa a quem se atribui pouca seriedade.
PRETO DE ALMA BRANCA: um dos slogans mais terríveis da ideologia do branqueamento no país, que atribui valor máximo à raça branca e mínimo aos negros. Frase altamente racista e segregadora.
SAPATÃO: usada para discriminar lésbicas,mulheres homossexuais. Entendidas e lésbicas são termos mais adequados.
VEADO: uma das referências mais comuns e preconceituosas aos homossexuais masculinos. Expressões adequadas são gay, entendido e homossexual.
XIITA: um dos ramos do Islamismo se tornou no Brasil termo pejorativo que caracteriza militantes políticos radicais e inflexíveis.

Muito bem. Agora somos dupla.
Os Teixos multiplicam-se rapidamente...

" Aquele que trilha seu caminho olhando sempre ao horizonte corre duas vezes mais o risco de pisar em cocô" .

Ou então:

" O homem que por demais se curva em seu caminho precisará de aula extra de alongamento".

Há três anos e meio vivo a experiência de ser pai.
Francisco nasceu numa manhã muito fria de setembro, e afastou para sempre qualquer sintoma de monotonia na minha vida e na da Gabriela (na verdade, nós andamos a procura de um pouco de monotonia).
É um garoto bonito, inteligente e especial, como somente nossos filhos conseguem ser. É o melhor pedaço da minha vida. Ser pai é o melhor papel que represento.
Sendo eu mesmo um filho muito feliz, e tendo perdido cedo meu pai, desejava isso há muito tempo. Esperei até julgar estar maduro, estável nem tão jovem, nem tão velho. Queria tudo do jeito certo. E assim foi.
Lendo uma entrevista com Richard Stallman, criador da rede Gnu e ativista do Software livre, ele confessa que não tem filhos, e nem quer tê-los. Ele acredita que a contrbuição dele para com a humanidade, não será através de um herdeiro, mas sim de seu trabalho.
Ouvi poucas coisas mais sensatas que esta. Conheço pessoas que tem filhos apenas por ter. Porque está na hora. Porque já estão casadas há x tempos, porque já tem x anos.
Nada disso é motivo.
Do alto de meus três anos de paternidade, enxergo coisas para as quais antes não atinava. Ninguém precisa ser pai (ou mãe). Não é obrigação de ninguém.
Crianças dão trabalho. É um fato. E o quão melhor você quiser criá-las, mais trabalho elas darão, principalmente nos primeiros anos.
Esses anos, aliás, é quando você vai sentir mais pesadamente cada renúncia que fará em favor de seu filho. Se a pessoa não consegue sentir prazer real na experiência de ser pai ou mãe, é melhor não sê-lo. E digo mais. Faça um exame de consciência:

- Se você acha que um filho vai atrapalhar muito sua vida social, não o tenha.

- Se você não tem valores morais e éticos bem estabelecidos e sólidos, não tenha filhos. Tudo o que o mundo menos precisa é de mais gente vacilante, levada ao sabor da maré, disposta a tudo pra ganhar. Precisamos que cada um crie seu filho para fazer diferença no mundo futuro. Estou convencido de que a única saída para a cilada
em que estamos metidos é mudar o mundo de filho em filho. Mude sua casa, e estará mudando tudo.

- Se você não tem talento para a paternidade (ou maternidade) não se desepere. Ele não é imprescindível para sua vida. Só para ter filhos. Você pode ser útil, livre e feliz. Viva sua vida com seus amigos, irmãos, cuide de sobrinhos, afilhados ou o que quer que seja. Mas se tiver um filho, dê a ele a atenção genuína. A atenção que é só dele. Não as migalhas de tempo que te sobram entre a novela das seis e o jornal nacional. Pode parecer o maior lugar comum da história, mas é verdade, ele não pediu para nascer.

- Se você tem um filho, não se esqueça que não está criando uma criança. Está criando um homem, um cidadão. Alguém com potencial para criar ou derrubar. Para salvar ou matar. Ame-o. É tudo que ele que de você.

- Finalmente, se você optar por não ser pai, lembre-se do que disse Stallman. Seu trabalho é, de certa forma, seu filho. Sua contribuição para a melhoria das coisas. E então, todos somos pais, e se tratarmos nossos filhos (e carne e osso ou não) como eles devem ser tratados, sairemos ganhando com todas as vitórias conquistadas pelos seus, meus e nossos filhos.

Mas não tanto.

Tive que remover a imagem. Era bonita mas muito grande, acabava como o template.

Pra quem não viu, eu falo. Lançaram (lá fora) uma marca de papel higiênico enfeitada com temas de Star Wars. Corre a lenda que tem até pequenos Jar Jars impressos no papel.

A discussão sobre o voto nulo levantada pelo Idelber do Biscoito Fino e a Massa e continuada pelo Guto, no NCC, me deu gás para escrever sobre um assunto que eu tenho evitado: política. O motivo de não ter tocado no assunto ainda é a confusão em que me encontro. Nos últimos dois ou três anos o cenário político, que já era difícil, tornou-se indecifrável, e eu estou tendo que aprender a lidar com frustrações maiores do que eu previa.
Sempre votei em Lula. Tinha grande simpatia por vários nomes do PT. Genoino, Mercadante, Tarso Genro, Suplicy e até a Marta (apesar do nariz empinado e dos tailleurs cor-de-rosa).
Nas últimas eleições, minha opinião estava formada: Lula não deveria ser candidato, e o melhor a fazer era ceder o lugar a alguém mais jovem e com menos rejeição. Afinal, já seria a terceira vez que ele estava tentando. Depois me deu a impressão que Lula não queria exatamente ganhar, mas capitaneando 30 milhões de votos, continuaria deixando o partido unido, mantendo uma liderança natural, mesmo não eleito.
Quando a campanha começou pra valer, e todos viram que desta vez ele não estava brincando, me empolguei. Achei o Lula-light acertado, que Duda Mendonça era um gênio, que desta vez ia dar certo. E deu. No dia da posse, com aquele trio-elétrico em torno do Rolls presidencial, me lembro de ter pensado: “Dessa vez, se ele decepcionar esse povo, nem sei no que esse país pode dar”.
O primeiro ano passou, e no fim dele, eu estava até mais confiante. Gostava da política exterior, gostava das pequenas peitadas no Bush, gostava da área agrária, de alguns Ministros. O Palocci tinha, ao fim de 2003, conseguido contrariar todas as previsões que os anti-PT me faziam, que teríamos dólar a R$6,00, inflação de volta e fuga de empresários. Claro, não tínhamos crescimento, mas a julgar pelo modo que FH tinha entregado as coisas, até não era mal.
Os projetos sociais não funcionavam, mas eu achava que era questão de tempo. Os juros não caíam, mas eu achava que era questão de tempo. O Presidente se enrolava e falava besteira a cada novo discurso, mas eu achava que era questão de tempo, até ele se acostumar a ser Presidente.
Corta pra 2005. Estamos exatamente na mesma. Mendigando inflação controlada a remédios pra lá de tarja preta. A política externa não gerou nenhum fato que fosse digno de nota, a não ser a transformação de Lula em popstar de Davos. Os projetos sociais continuam não funcionando.
E o país está em pandemônios.
A grande frustação deste mandato é o continuísmo maçante das coisas. Eu nunca contei com milagres. Só esperava ações inteligentes, ações diferentes. Políticas corajosas. Tudo o que não vi.
Esperava um governo mais coeso e transparente que os últimos.
O que temos hoje é um governo incapaz de programar um churrasco sem se complicar.Completamente desarticulado. Juros que não descem nunca. Factóides estranhos e totalmente desnecessários (ancine, vagas em universidades, desobrigatoriedade do idioma inglês, controle da imprensa) viraram coisas constantes.
No topo de tudo isso, um Presidente que tem sido cada vez mais uma propaganda de si próprio. A cara do Lula hoje, está pra mim como as camisetas do Collor.
Lula é incapaz de um ato corajoso. O Lula light foi longe demais. Mesmo quando sobe em um palanque e fala uma merda, não consegue nem sustentar o que disse, nem negar com veemência.
Estamos sendo vítimas de um governo que não aprendeu a ser governo e uma oposição que não aprendeu a ser oposição.
E aí, pra completar a salada mal-feita (e justamente por culpa dela), temos esse Severino no comando do Congresso. A única boa ação deste verme (se não ofender os vermes) foi mostrar a todos de quantos Severinos é composto um Congresso. E o governo perdido, olhando a tudo sem saber como aconteceu.
As gotas d´água no meu balde foram essa reforma ministerial que não deu em nada e principalmente nosso amigo Severino dando um ultimato no Lula, e ainda assim, ser recebido logo após em seu gabinete. Aí já é demais.
Se fosse em Garanhus, ia ter porrada no meio da rua.

Sob o risco de ser taxado de traidor do movimento, vou discutir aspectos da minha profissão e afins que me deixam pensativo de vez em quando. De vez quando porque na maioria das vezes, eu aperto o Ctrl+Alt+Foda-se e mando ver.
Você que me lê, se não é designer ou publicitário é o consumidor. Você não pediu isso, não escolheu sê-lo, mas é. Acostume-se com o fato. Antes de pai, mãe, pessoa ou amigo, você é consumidor. Teoricamente, nós (designers, publicitários e afins) existimos para servi-lo, você tem sempre razão. Acontece que uns caras bem mais espertos que eu, descobriram como vocês pensam, e então nosso trabalho passou a ser o de, sutilmente (às vezes nem tanto) sugerir o que vcs devem comprar.
Isso funciona muito bem quando queremos vender roupa. É só por uma modelo bem gostosa e a mágica está feita. Ou eletrônicos. Um design bonito, e uma função que você nem sabia que existia farão com que o consumidor não saiba como viveu sem aquilo até hoje.
Mas existem entraves criativos que deixam qualquer Olivetto com dor de cabeça:

- O leitor já teve a fantasia de limpar a digníssima bunda com um cachorro? Não? Com uma flor então? Então por que as embalagens de papel higiênico estão cheias de labradores e rosas? Você limpa a bunda do seu cahorro?

- E você leitora, preste atenção na situação: você está num ônibus lotado, quando alguém se levanta na cadeira em frente. Só que no lado da janela, pois já existe um sósia do Brad Pitt sentado no corredor. Lógico que ao passar você se verá obrigada a quase esfregar o traseiro na cara dele. Ou passar de frente, o que, convenhamos é pior. Pra deixar mais aterrador o pesadelo, você está naqueles dias (e não estou me referindo ao dia do pagamento). Claro que depois que vc passar ele vai te olhar com cara de nojo, revirar os olhos, levantar-se com o dedo em riste e gritar: "Shame on you, lady!" Pra todo mundo ouvir. Nunca passou por situação parecida? Não? Puxa, achei que era supernormal, dado a abundância de absorventes com cheiro de Aloe Vera, de uva, morango ou salada mista. Nas propagandas as modelos parecem que vão morrer.

- Tirando fora o Axe, que já estrapolou com sua campanha, todas as marcas de desodorante acham que as mulheres que cheiram um sovaco desodorantado perdem o controle e se transformam em ninfomaníacas onde quer que estejam.

- Propagandas com piruetas. É assim: o publicitário recebe o briefing em que o consumidor usa tal produto e fica muito, muito feliz. Mas como mostrar que alguém que acaba de fumar um cigarro Belmonte fica muito, muito feliz? Ora, sempre existe o recurso das piruetas! É plenamente conhecido que quem está feliz, dá uma pirueta no ar! Quem nunca fez isso? É por isso que, de vez em quando vemos um comercial em que alguém fuma um cigarro/usa um cartão de crédito/ veste uma roupa, e imediatamente, dá uma cambalhota no ar!! Genial!!

- Reparem nas animações de átomos de sabão dando conta da sujeira das suas roupas em propagandas de sabão em pó. Puxa, se aquilo realmente acontece, vou jogar fora meu DVD e comprar um microscópio, é melhor que filme de ação!!

Depois reclamam das propagandas do grupo Imagem, que sempre mostram, hipnóticamente, o produto em ação, uma, duas, vinte e cinco vezes, até que você, sem nem saber o que
aconteceu, repara que está com um auri-shield na mão.

Mas chega de ser enganado, consumidor. Por apenas R$ 150,00 recebe a obra que é referência na técnica de resistência à Publicidade: "Pai Pobre, Neto Miserável" de Rodrigo Teixeira. Mas não é só: na compra desta maravilhosa obra você ainda recebe: um abridor de plastiquinhos de CD, um coador de café solúvel, uma prática escada montável de 1 degrau e um lindo porta retratos feito com baterias de celular velho.

Ligue agora!!

Acontece cada uma na vida da gente...
Hoje vai ao ar, no horário nobre, EM PLENO JORNAL NACIONAL, uma matéria que tem como protagonistas ilustrativos, eu, minha esposa e meu filho.
Sério, o Rodrigo Vianna e equipe foram à minha casa e gravaram cenas que serão usadas para ilustrar dados do IBGE que mostram que as pessoas estão casando-se cada vez mais tarde. Como me casei cedo (para os padrões atuais) e já temos filho, viramos alvo da matéria. Não me perguntem como chegaram a nós.
Enfim, não percam minha estréia televisiva hoje à noite, no JN. Achei a proposta válida, tudo foi feito com muito bom gosto, é muito artístico.
Hoje o Jornal Nacional, amanhã a novela das oito!!!
Mas falando sério, se é pra estar no Jornal, antes em comportamento do que no noticiário policial.

Acho que eram quinze pras seis da manhã quando meu irmão chegou. Ainda ia demorar pro sol nascer. Desceu do carro com aquela cara estranha, amassada de sono e esticada de excitação.
A idéia tinha sido dele, afinal de contas. Uma pescaria, ali perto, num pequeno rio que passa ao largo do sítio, chamado convidativamente de Rio do Peixe.
Fomos eu, ele e o Marquinho, que é meu sobrinho, que dizia conhecer um lugar sossegado onde podíamos dar banho nas minhocas.
Minhocas, aliás, que eram nosso primeiro problema. Não tínhamos nenhuma. Mas era o de menos. Perto do rio, a gente cavucava, a extraía algumas do solo.
Varas, anzóis, linhas, chumbadas e repelentes carregados dentro do pequeno Uno, parecia mesmo que alguém ali sabia o que estava fazendo.
Já na saída do sítio, o primeiro incoveniente. Pés de cana de dois metros de altura impediam qualquer visualização além de um metro do seu nariz. E a estrada, (que existiu, tempos atrás, juro) simplesmente não era divisável.
-Acho que ali - falava o moleque, a cada clareira. E de "alis", nós rodamos todo o canavial. O rio ali, ali mesmo,dava pra ouvir, ao alcançe de um cuspe. Mas rodeado das canas assassinas por todos os lados, inalcançável até pra um cabrito.
E roda com o carro pra baixo. E volta com o carro pra cima. O dia amanhecendo.
Achamos um caminho que com certeza, ia sair no lugar tão sonhado. Avançamos até onde foi possível com o carrinho, mas paramos ao descobrir que a estrada era quase um Grand Canyon feito de barro mole. Descemos do carro, isso não seria empecilho para o dinâmico trio. Andamos uns 200 metros, barro adiante. Acho que eu cheguei a dizer algo como: "Aqui é sólido" antes da minha perna afundar até o joelho na lama.
Voltamos tudo outra vez.
Enfim, resolvemos nos contentar com um canto que dava pra ver o rio passando no meio do canavial. Meio que um barranco, só que feito de cana ao invés de solo. Alguém tem um facão? Nem canivete.
Amassamos o matagal pros lados, só pra descobrir que estavamos acampados no fantástico mundo das mutucas. Os pernilongos já nem incomodavam mais. As moscas chegavam a dar medo, algumas maiores que o carro, só que verde metálico.
As minhocas. Precisávamos delas. Estávamos preparados, olha a enxadinha alí. Cavuca, cavuca e cavuca e conseguimos quatro minhocas semi-adormecidas para brincar (uma delas eu derrubei no meio do mato).
Foi só eu lançar a linha e já fisgou. Infelizmente, em nada que tivesse guelras. Era mato mesmo, por toda a extensão daquele pedaço do rio. Era jogar o anzol e enganchar.
Demorou uma meia-hora até percebermos que íamos voltar de mãos vazias. Toca a recarregar o carro com tudo de novo.
Voltamos para casa por volta das nove horas. O povo todo acordando, ávidos para comer peixe.
Saldo da manhã: nenhum peixe, muito mosquito, barro até no sovaco, um lindo nascer de sol e uma improvável revoada de tucanos.
E mais do que isso, aquele sentimento que só nos momentos mais íntimos uma família sente. Principalmente com um irmão.
Fizemos tudo imitando um certo Chico Jorge, que nos levantava da cama, ainda meninos, no mesmo horário, dirigia com sua Brasília creme até algum rio longe da cidade, arrancava minhocas em lugares melhores e tinha um talento consideravelmente maior que o nosso para pescar.
Ainda hoje nos lembramos dele, com seu pequeno sorriso, seu olhar calmo, sua presença inspiradora. Arrancando peixes e plantando memórias que nos fizeram o tipo de adulto que somos.
Um leigo diria que o resultado da nossa incursão no mundo da pescaria foi pífio, senão nulo.
Pra nós, aquilo nem foi uma pescaria: foi uma homenagem.

Todos, em especial o Discovery Channel, concordam que o corpo humano é uma máquina perfeita (a Juliana Paes, então...). Eu acho discutível. O corpo funciona direitinho, apesar de um barulhinho alí, um grilozinho acolá, mas isso é coisa da quilometragem. O problema com o corpo humano são as peças sobrantes, e olha que dá pra contar várias.
Alguns os chamam de orgãos vestigiais, que como algumas leis de trânsito, caíram em desuso. Só servem pra encher o saco mesmo. Eis alguns:

-Dedinhos dos pés: A mais provável finalidade que encontrei para dedos mindinhos dos pés é freio. Ele serve para reduzir sua velocidade, ficando inexoravelmente preso em cantos de sofás e camas, quinas de parede ou pneus de velocípedes. Outra utilidade é a criação de novos palavrões. Sempre que alguém dá uma topada com o dedinho numa merda qualquer, a dor é tão insuportável que um palavrão conhecido não consegue dar a dimensão do problema. É necessário criar ou melhorar um já existente.

- Baço: Serve basicamente para duas coisas. Inflamar e/ou ser socado por lutadores de box ou jiu-jitsu, enquanto o locutor grita: "No baço!!".

- Papo: Papo é uma bosta! Não serve para nada! Eu odeio papo!!

- Cisos: O dentes chamados "do juízo" nunca deram juízo a ninguém. Deveriam ser chamados de "dentes do dentista", afinal, é lá que eles vão parar no final mesmo.

- Pêlos nas orelhas: Todo mundo tem, todo mundo arranca. A não ser que o look "Enfiei uma escovinha de privada no ouvido" lhe caia bem. Dependendo do tamanho da orelha em questão, podem ser encarados como uma proteção do corpo contra moscas que queiram fazer um lindo ninho naquela caverna.

- Mouse: O quê? Mouse não é uma parte do corpo? É o quê, então?

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Tente encontrar o fantasma na foto acima.

Uma das coisas que eu mais me divirto fazendo é visitar sites com fotos de fantasmas. É hilariante ver até aonde a crendice, superstição e a cara de pau dos seres humanos conseguem chegar.
Eu recomendo. Passo horas abrindo fotos e mais fotos de aparições que podem ser explicadas de uma dúzia de modos, mas o cara tem certeza que é fantasma. Minha peregrinação paranormal me abriu a mente para algumas verdades:

1 - Fantasmas são seres antiquados. É por isso que aquelas fotos beeem antigas, da epoca do seu avô sempre tem um fantasma aterrorizante e vividamente real, mas as máquinas novas com recursos digitais 50 megapixels, flashs infra-vermelhos só conseguem captar manchas e/ou bolinhas.

2- Fantasmas também querem uma chance no showbizz. É por isso que a gente acha tantas aparições nas TVs. Estranhamente, um dos rostos de falecidos mais impressionantes que eu já vi guarda uma curiosa semelhança com o Mel Gibson.

3- Fantasmas são seres muito entediados. Por isso, passam a vida com a cara na janela. É só um americano tirar uma foto da sua própria casa, e bingo, acha uma cara na janela, quando não a própria virgem maria.

4- Se aparecer uma bolinha na sua foto, chama o Padre Quevedo. Como as almas penadas andam muito tímidas, os parapsicólogos inventarm os orbs. Orbs são bolinhas meio sem cor que a gente vê em quase toda foto. O que nunca soubemos é que essas bolinhas podem ser, na verdade, sua bisavó.


Enfim, esqueça Freddy Krueger, O Chamado ou o Bebê-Diabo. Os novos fantasmas se adaptaram aos novos tempo. São almas discretas, clean, não querem chamar a atenção.

Eu disse.

A semana apenas começou, mas já apareceu aquela que possívelmente é a notícia mais bizarra do mês.
Por incrível que pareça, os Estados Unidos passaram 6 anos e gastaram cerca de 7,5 milhões de dólares em experiências para desenvolver uma "Bomba Gay". Saiu no Jornal do Brasil de ontem, não é piada.
A bomba conteria uma série de fortes afrodisíacos que tornariam os soldados irresistíveis uns aos outros. Eu até já imagino como seria:

Dois rebeldes curdos, entrincheirados, um ao lado do outro:
- Malditos ianques, lá vem mais um míssil.
- Prepare-se Al-Shmooo Guleb! - grita o outro.
A bomba explode. Uma densa fumaça cobre todo o perímetro. Ao dissipar, os soldados continuam a conversa:
- Esses porcos americanos são deploráveis! Erraram totalmente o alvo!
- É verdade! Mas são uns gatinhos, não é?
- Você notou, Al-Shmooo? Tuuuudo de bom!
- Nossa, Alek Mijazeera, não tinha reparado, essa sua barba é muuuuito show!

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Jean Reno acaba de ser escolhido para fazer o policial Bezu Fache de "O Código DaVinci" (que por sinal, estou lendo, estou no começo, não me contem).
Existe algum personagem francês em algum filme americano que não seja o Jean Reno?

Se bem que, verdade seja dita, ele é a cara do personagem.

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Parafraseando o detetive Sommerset, de Se7en, "se a cabeça de Michael Jackson abrir e sair um UFO de dentro dela, quero que você ache normal".

Novos depoimentos dão conta de que o titio Michael masturbou um adolescente de 13 anos. "Homens se masturbam, quero ensinar a você como se faz" (parece uma piada de cachorro que eu conheço).
Em outra ocasião, outro garoto, ainda menor, estaria assistindo a um filme de terror com Mike inteiramente nu, e em estado de ereção. Palavras do maluco: "Isso é muito natural".
Tudo abominável, concordo. Mas cabem três perguntas a todo esse caso:

Quem é o pai que permite que seu filho adolescente durma em Neverland? (eu não deixaria meu filho nem com o Bozo, e olha que ele virou evangélico).

Quem é este adolescente que aos 13 anos de idade não sabe o que é se masturbar? (eu, que sempre fui meio atrasado, nessa idade já podia defender tese de mestrado).

E por fim, como esse garoto assistiu um filme de terror com o figura ali em cima pelado e permaneceu com sanidade suficiente para contar a história?

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Quando eu vi esta imagem fiquei tentato a fazer uma piadinha fácil, do tipo " Fábrica lança nova camisinha..." e blábláblá. Mas, gente, precisa de piada? A grife diz que a coleção é pra jovens ligados na internet. Deve ser super prática mesmo numa webcam. Do jeito que as pessoas andam perdendo as identidades, é até natural, provavelmente chic.

Eu detesto mesmo as Fashion Weeks da vida. Todo ano vem a Naomi Campbell. Todo ano a Gisele é o grande destaque. Todo ano tem aquele matéria no Jornal Nacional em que eles mostram o povo estranho que frequenta os desfiles. E eles frequentam porque sabem que vai ter aquela matéria no Jornal Nacional.

Mas o que é pior mesmo é que eles alugam a GNT! Não passa mais nada, é dia e noite Fashion Week.

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Adriane Galisteu prepara seu primeiro filme. Deu na folha. A Grana vem do SBT.
Logo logo, não iremos ter que suportar apenas Xuxas, Angelicas, Hucks e Elianas em filmes para crianças. Os mais velhos também poderão ver porcaria.
O pior é que leva uns caras legais como o Evandro Mesquita junto (todo mundo precisa faturar um graninha, certo?).
Mas o que eu não entendo é a má vontade dos produtores (no caso , o Sr. Abravanel). Fazer uma porcaria dá quase o mesmo trabalho de fazer um trabalho decente. Então por que, meu Deus? Por que?
E eu, reclamando da estética da fome no post passado...

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Ontem estreou a minissérie Hoje é Dia de Maria, na Globo.
Que linda produção! Quantos atores e atrizes de peso! Que poesia!
E eu achei um pé no saco!
Não me levem a mal. Não sou nenhum discípulo de Chuck Norris, mas estou numa fase totalmente sem paciência para este tipo de projeto.
Na verdade, a tal "estética da fome", o "Brasil que o Brasil não conhece" já saturaram a algum tempo.
Vi alguns minutos. Achei bem feito. Bem fotografado. Bem interpretado. Enfim, tava tudo ali, mas... Em cinco minutos estava assistindo Sex and The City, e achando graça.
Aliás não me aguento de vontade de assistir à quarta temporada do 24 Horas. Segundo meu irmão, que consegue ser mais chato que eu, é só mais um escapismo típico da era Bush.
Pode ser. Mas Jack Bauer não perdoa.

Pois é. Mais um blog. É a vida, né?