Muito bem. Agora somos dupla.
Os Teixos multiplicam-se rapidamente...

" Aquele que trilha seu caminho olhando sempre ao horizonte corre duas vezes mais o risco de pisar em cocô" .

Ou então:

" O homem que por demais se curva em seu caminho precisará de aula extra de alongamento".

Há três anos e meio vivo a experiência de ser pai.
Francisco nasceu numa manhã muito fria de setembro, e afastou para sempre qualquer sintoma de monotonia na minha vida e na da Gabriela (na verdade, nós andamos a procura de um pouco de monotonia).
É um garoto bonito, inteligente e especial, como somente nossos filhos conseguem ser. É o melhor pedaço da minha vida. Ser pai é o melhor papel que represento.
Sendo eu mesmo um filho muito feliz, e tendo perdido cedo meu pai, desejava isso há muito tempo. Esperei até julgar estar maduro, estável nem tão jovem, nem tão velho. Queria tudo do jeito certo. E assim foi.
Lendo uma entrevista com Richard Stallman, criador da rede Gnu e ativista do Software livre, ele confessa que não tem filhos, e nem quer tê-los. Ele acredita que a contrbuição dele para com a humanidade, não será através de um herdeiro, mas sim de seu trabalho.
Ouvi poucas coisas mais sensatas que esta. Conheço pessoas que tem filhos apenas por ter. Porque está na hora. Porque já estão casadas há x tempos, porque já tem x anos.
Nada disso é motivo.
Do alto de meus três anos de paternidade, enxergo coisas para as quais antes não atinava. Ninguém precisa ser pai (ou mãe). Não é obrigação de ninguém.
Crianças dão trabalho. É um fato. E o quão melhor você quiser criá-las, mais trabalho elas darão, principalmente nos primeiros anos.
Esses anos, aliás, é quando você vai sentir mais pesadamente cada renúncia que fará em favor de seu filho. Se a pessoa não consegue sentir prazer real na experiência de ser pai ou mãe, é melhor não sê-lo. E digo mais. Faça um exame de consciência:

- Se você acha que um filho vai atrapalhar muito sua vida social, não o tenha.

- Se você não tem valores morais e éticos bem estabelecidos e sólidos, não tenha filhos. Tudo o que o mundo menos precisa é de mais gente vacilante, levada ao sabor da maré, disposta a tudo pra ganhar. Precisamos que cada um crie seu filho para fazer diferença no mundo futuro. Estou convencido de que a única saída para a cilada
em que estamos metidos é mudar o mundo de filho em filho. Mude sua casa, e estará mudando tudo.

- Se você não tem talento para a paternidade (ou maternidade) não se desepere. Ele não é imprescindível para sua vida. Só para ter filhos. Você pode ser útil, livre e feliz. Viva sua vida com seus amigos, irmãos, cuide de sobrinhos, afilhados ou o que quer que seja. Mas se tiver um filho, dê a ele a atenção genuína. A atenção que é só dele. Não as migalhas de tempo que te sobram entre a novela das seis e o jornal nacional. Pode parecer o maior lugar comum da história, mas é verdade, ele não pediu para nascer.

- Se você tem um filho, não se esqueça que não está criando uma criança. Está criando um homem, um cidadão. Alguém com potencial para criar ou derrubar. Para salvar ou matar. Ame-o. É tudo que ele que de você.

- Finalmente, se você optar por não ser pai, lembre-se do que disse Stallman. Seu trabalho é, de certa forma, seu filho. Sua contribuição para a melhoria das coisas. E então, todos somos pais, e se tratarmos nossos filhos (e carne e osso ou não) como eles devem ser tratados, sairemos ganhando com todas as vitórias conquistadas pelos seus, meus e nossos filhos.

Mas não tanto.

Tive que remover a imagem. Era bonita mas muito grande, acabava como o template.

Pra quem não viu, eu falo. Lançaram (lá fora) uma marca de papel higiênico enfeitada com temas de Star Wars. Corre a lenda que tem até pequenos Jar Jars impressos no papel.