Só pra me obrigar a desenhar mais, vou postando os rabiscos (qualquer merda, já aviso) que eu fizer no meu caderninho.


Caetano não está preocupado em ter um presidente que usa termos como "Sifu" em um discurso oficial. Ele está sim, meio ressabiado (mas não demais) porque a imprensa escreve "siFU", ao invés de "siFO".
Esse é o retrato do povo que tinha tanto a dizer durante a ditadura. E isso porque é Caetano, que ainda fala. O Chico não se compromete, não diz mais nada.
A classe artística brasileira, atualmente é bem sui generis. É de se esperar que os artistas sejam efetivamente formadores de opinião, que provoquem e instiguem. É assim no resto do mundo. Artistas abrem seus votos, se engajam em campanhas, organizam eventos numa velocidade formidável.
Aqui, nem uma tragédia como a de Santa Catarina mobiliza essa gente. No máximo, aparecem no Faustão pedindo, "vamos ajudar essa gente sofrida". Quando na verdade, estão só lamentando os shows cancelados.
Não é raro que apóiem algum instituição, mas ou fazem de modo anônimo, ou fazem um estardalhaço midiático que não orna com os resultados esperados.
Para nossos artistas, um Bono Vox, um Leonardo diCaprio, uma Angelina Jolie, que bem ou mal colocam a própria cara a tapa, devem soar "piegas". Melhor ficar quietinho no seu canto, a procura de uma verbinha da Lei de Audiovisual, e esperar pra dar uma opinião rasa em um programa dominical qualquer.

E você leitor? Se sente Fodido ou Fudido?
E tem diferença?


É sempre assim.

Você escolhe o filme-catástrofe mais legal da temporada, atrás de 2 horas de destruição insensata. A trama se desenvolve bem.

Nosso herói descobre o perigo. Avisa o prefeito/presidente/xerife. Ele desacredita o herói. Wilbur, o assessor, ri da cara dele. O perigo avança.

A família de Wilbur é a primeira a pagar com a vida, quando a ameaça já está comendo solta. O prefeito/presidente/xerife diz "eu devia ter acreditado nele", antes de ser dilacerado pela ameaça.

Faltando 3 minutos para a destruição insensata, o herói liga pra casa. Como num passe da mágica, sua mulher consegue manter a calma, vestir as crianças, fazer malas, sanduíches e ainda tirar o carro da garagem sem bater, quando o filho mais novo diz:

– Mas mamãe, e o Toby? Ele vai morrer?

Naquele momento, se ela pisar no acelerador, vai dar tempo dela sair da cidade, antes que a ameaça queime sua casa, destrua sua rua e torre 30 milhões de dólares em efeitos especiais. Mas adivinha qual é a decisão da mãe??? Botar a vida dos 3 filhos do herói em risco pra salvar o maldito cachorro.

Vão dizer: "você pensa assim porque não tem cachorro". Tenho. E adoro o bicho. Mas eu tenho filho também, e na hora de escolher entre um e outro, não tenho dúvida.

Então, diretores de filmes-catástrofe. Já que vocês vão salvar o bicho mesmo, façam com que a mãe lembre dele no primeiro momento, sem precisar voltar na zona de guerra e ficar gritando: "venha Toby, não tenha medo", fodendo com o filme que estava indo bem até ali.