Caetano não está preocupado em ter um presidente que usa termos como "Sifu" em um discurso oficial. Ele está sim, meio ressabiado (mas não demais) porque a imprensa escreve "siFU", ao invés de "siFO".
Esse é o retrato do povo que tinha tanto a dizer durante a ditadura. E isso porque é Caetano, que ainda fala. O Chico não se compromete, não diz mais nada.
A classe artística brasileira, atualmente é bem sui generis. É de se esperar que os artistas sejam efetivamente formadores de opinião, que provoquem e instiguem. É assim no resto do mundo. Artistas abrem seus votos, se engajam em campanhas, organizam eventos numa velocidade formidável.
Aqui, nem uma tragédia como a de Santa Catarina mobiliza essa gente. No máximo, aparecem no Faustão pedindo, "vamos ajudar essa gente sofrida". Quando na verdade, estão só lamentando os shows cancelados.
Não é raro que apóiem algum instituição, mas ou fazem de modo anônimo, ou fazem um estardalhaço midiático que não orna com os resultados esperados.
Para nossos artistas, um Bono Vox, um Leonardo diCaprio, uma Angelina Jolie, que bem ou mal colocam a própria cara a tapa, devem soar "piegas". Melhor ficar quietinho no seu canto, a procura de uma verbinha da Lei de Audiovisual, e esperar pra dar uma opinião rasa em um programa dominical qualquer.

E você leitor? Se sente Fodido ou Fudido?
E tem diferença?

2 comments:

Cara, curti teu blog.
Espero que vc não chateie mas fiz um post no meu blog sobre esse texto daqui..apesar de curtir, tenho uma opinião bastante diferente da tua.

Mas acho que é isso aí né, idéias tão aí pra serem desafiadas.

Se tiver curiosidade, segue o link:

www.homemoco.blogspot.com

Abraços

Fala Oco!
Obrigado pela visita. Debate de idéia é sempre bom.
Pois é, vou concordar "disconcordando" com vc.
É verdade, ninguém tem obrigação de se engajar. Nem artista, nem ninguém. Mas é uma pena, as vezes faz falta.
Arte, e por consequencia, artistas, tem a meu ver um papel nesse sentido. De provocar. De catalizar. De balançar as coisas. Senão sobra apenas o jogo de quem vende mais.
Usei o Caetano como exemplo, por causa do post dele no "Obra em Progresso", mas talvez ele nem seja a pessoa mais indicada, porque bem ou mal, ele se expressa, mesmo que as vezes, eu espere mais dele.
Esses caras viraram meus heróis (e não é infantil,já me explico), tanto pelo seu talento quanto pela sua coragem no passado. Porque davam vazão a coisas que EU sentia, mas não tinha quem me ouvisse (não tinha internet na época, hehehe).
Então, vc tem razão, nenhum artista precisa fazer o papel de engajado. Mas quando uma classe inteira se cala, como no Brasil hoje, eu acho triste.
Anne: Engajado eu já sou, sempre fui. Penso mais na molecada de hoje que não tem esses que eu chamo de heróis, para se identificar. Só meia dúzia de emo ou cantor de Axé. Herói, não é do tipo que se pendura poster na parede. É no sentido de admiração mesmo, pelo trabalho, pela vida, pela coragem.
Tenho vários heróis pessoais, em várias áreas da vida, sem medo de parecer infantil.

Abraço, desculpe a msg tão longa. Se não se importar, vou linkar teu blog, que também achei muito bom!