Quem são os diretores de cinema que realmente valem ingresso, da última geração.
Quem são os temerários? Quem são os merdas?
Minha análise, direto ao ponto. Assim mesmo, sem introdução.
OS FODÕES
Guillermo Del Toro
O terror pode ser um pretexto para mostrar eviscerações e maquiagens toscas, ou para examinar os lados do ser humano que a gente simplesmente não curte olhar. Incomodar, fazer pensar.
Del Toro construiu sua crescente reputação no cinema com filmes de horror. Mas os filmes dele são mais que isso. E ele já mostrava isso bem antes do magnifico Labirinto do Fauno. Em A Espinha do Diabo ele já mostrou uma das mais pertubadoras e originais concepções de fantasma que eu já vi na vida. Seus filmes tem um lirismo por trás do grotesco. Se é que se pode dizer isso, um "bom gosto" classe em cada frame, nas maquiagens sem rival no cinema atual. Já estou roendo as unhas de vontade de assistir ao seu O Hobbit.
Paul GreenGrass
O cara dirigiu os dois últimos Bourne e isso já deve ser o bastante. Supremacia Bourne é provavelmente o melhor filme de ação que eu já vi. Pouca gente conseguiria dosar tão bem a
quantidade de diálogo e porrada num mesmo filme como ele. Fico pensando nesse novo Bond na mão de um cara como ele.
Francis Lawrence
Quando falaram que Constantine era moreno, morava em Los Angeles e atendia pelo nome de Keanu Reeves eu apostaria minha perna esquerda como o filme seria uma merda sem tamanho. Lawrence calou a minha boca com honras. O filme mantinha a essência do personagem, era ágil, bacana, e com um apuro estético de chamar a atenção.
Com I Am Legend ele provou pra todo mundo que era possível fazer um blockbuster de verão numa versão "quase monólogo". Dois filmes, dois grandes acertos. Olho no cara.
Christopher Nolan
Nem sei se ele deveria estar aqui, porque já é mais que reconhecido. Nolan é um daqueles caras que entende muito de cinema, que não está atrás de mais uma obra. Não se repete, não fica ganhando o espectador com brincadeirinhas de câmera. E olha que ia ser fácil vestir o capuz de "alternativo" depois de Amnésia. E tudo que eu vi até agora do novo Batman só reforçam minhas opiniões.
Fernando Meirelles
Control-C Control-V em Nolan. Apesar de serem diretores absolutamente diferentes no estilo, Meirelles é um daqueles caras que entende muito de cinema, que não está atrás de mais uma obra. Não se repete, não fica ganhando o espectador com brincadeirinhas de câmera. E olha que ia ser fácil vestir o capuz de "alternativo" depois de Cidade de Deus. E tudo que eu vi até agora do Blindness só reforçam minhas opiniões.
Zack Snyder.
300 de Esparta consegue ser um filme absolutamente fiel aos quadrinhos, sem que pra isso mire excluvisamente em nerds que tem altares erguidos ao Frank Miller em casa. E Madrugada dos Mortos é o melhor filme de um gênero onde não existem melhores filmes, que é o de Zumbi. Snyder juntou na mesma sala de projeção os doidos por tosqueira, os doidos por ação e os doidos por cinema. E preste atenção em Watchmen, porque ele está fazendo de novo. Só de ver os cenários dá para ter idéia do que nos espera.
OS BOSTAS
Eli Roth
Esse é do tipo "não vi e não gostei". Gore sem cabeça tipo extra-nojento definitivamente não faz minha cabeça. Roth devia se dedicar a filme pornô. Mas acho que se fosse para esse filão, ia acabar dirigindo necrofilia, zoofilia ou coisa pior.
Uwe Boll
Quem dá dinheiro para esse cara? Quem?!!
David Goyer
Cada vez fica mais claro que os roteiros de Blade 2 e Batman Begins só resultaram em bons filmes porque os diretores mudaram tudo. Goyer é metido a Geek, mas quando resolve dirigir não tem classe, nem ritmo, nem senso de humor (ou de ridículo). Blade Trinity é tão ruim que acho que a recente prisão do Wesley Snipes deve ter a ver com isso.
Mark Steven Johnson
Esse cara é um problema. Ele dirige adaptação de quadrinhos, Ok. Ele até escolhe um elenco razoável (fora o Clarke Duncan como rei). Visualmente (nas fotos, pelo menos) o filme funciona (difícil alguma coisa mais fiel que o Motoqueiro Fantasma). Quando junta tudo, o filme é uma merda.
OS AMARELOS
Irmãos Coen
Comecei por eles para chamar a polêmica. Sempre gostei dos Irmãos Coen. Até do The Hudsucker Proxy eu gostei. Até do Intolerable Cruelty, juro. E justamente o filme que eles ganham o Oscar eu acho uma porcaria tão grande que chega a me dar câimbra.
No Country for Old Man é chato, longo, metido a besta e com o final mais "veja, sou cult" da história do cinema.
Robert Rodrigues
Ele tem três qualidades. 1 - Seus filmes são baratos, então dão lucro. 2 - Ele fez Sin City. 3 - Ele está se divertindo. Mas Rodrigues tem bem pouco talento como cineasta. Está preso num estilo de filme. Mas tem um faro para coisas "cool" que pipocam naquele momento.
M.Night Shymalan
Se esse Fim dos Tempos não for muito bom, é capaz do Shyamalan ficar mais conhecido como "aquele cara que dirigiu A Dama da Água" do que por O Sexto Sentido.
John Woo
Na verdade, só não pus o cara com os Bostas por causa de A Outra Face, que eu gosto muito. Mas se ele dirigir outro filme com explosões em câmera lenta, mocinho correndo com duas Uzi nas mãos e pomba voando no fundo, eu mudo de opinião.
Desde que eu vi o primeiro poster que o Frank Miller rabiscou pra esse filme, eu ando ressabiado. E depois que eu vi o trailer, minhas suspeitas só se confirmaram. É o óbvio mesmo: ele está fazendo Sin City 2.
Antes que qualquer coisa, vou avisando. Não sou purista e nem mesmo um grande conhecedor do Spirit. Mas acho até meio mal-educado do Sr. Miller fazer isso. Do que eu vi até agora, ele simplesmente apagou o personagem, e substituiu por um seu. Só sobrou (na melhor das hipóteses) a roupa.
Miller é meio fascinado consigo mesmo, isso é um problema. Pra ser auto-referente, a pessoa tem que ter pelo menos uma obra prima no curriculo, e ele está só começando no cinema. Tá certo, o cara escreveu Cavaleiro das Trevas, 300 e o próprio Sin City. Por outro lado, escreveu o Cavaleiro 2 (acho DK2 o Plan 9 dos quadrinhos) e aquela série nova de Batman and Robin, que faz Rob Liefeld parecer um filósofo.
O que ele está fazendo é como se James Cameron dirigisse um novo Indiana Jones, mas "no estilo de Exterminador do Futuro", porque ele se acha bem melhor que o Spielberg. Não é exatamente humilde. Miller vêm dos quadrinhos, e escolheu uma obra consagrada pra meter a mão.
Fora que (será que só eu acho isso?) o trailer é uma bosta mesmo. Escolheram uma trilha sonora nada sutil dos Intocáveis (imagine assistir o trailer de Star Trek ouvindo a trilha de Star Wars). Narração em off com voz gutural, que só se encaixa para o Batman mesmo. O Spirit dá umas piruetas no mínimo esquisitas (e desnecessárias), parece que foram rotacionadas no flash. E quando corre sobre o fio, parece falso e sem peso, além de usar um tênis vagabundo, que mais parece uma conga preta, que acabaria com a reputação de qualquer herói.
Minha conclusão: Mr. Miller, vc ainda não tem classe.
Asssita 300 de Esparta mais umas 20 vezes. Aquele é o caminho.
Os anos 90 e parte dos 2000 foram dominados pelos VIP.
Ser um "Very Important Person" era (pra usar uma gíria que eu detesto) o "must". Estar no camarote certo, ter acesso àquela festa, frequentar determinado "point", furar as filas mais concorridas. Quem podia, tripudiava em cima dos pobres mortais, como eu, que estão cagando para isso.
Agora a onda mudou. Para ser notado, ou voltar a ser notado em muitos casos, você não tem que ser VIP, tem que ser VUP.
VERY UGLY PEOPLE.
Eu pensava nisso hoje enquanto via o trailer de um filme novo do Burt Reynolds.
Caramba, eu gostava do Burt Reynolds nos filmes dos anos 70. Ele era um meio um Sean Connery americano. Fazia o tipo "sou galã, mas nem ligo".
Corta.
Veja o trailer (http://www.apple.com/trailers/mgm/deal/)
Jesus! Eu mal consegui ver o trailer todo (imagina o filme...). O cara parece um boneco animatrônico feito em Parintins, daqueles que dois sujeitos controlam a cabeça. Mal consegue piscar. Dá uma certa repulsa.
Reynolds não é o único. Que o diga Angela Bismarch, que vai mexer até no olho de Tundera.
O triste é ver que até mulheres lindas como a Nicole Kidman tão entrando nessa. Aí a gente percebe que não importa quanta grana, quanto glamour, no fundo são inseguros iguais a qualquer mortal.