Li no twitter uma frase do Oscar Wilde, que coincidentemente é sobre algo que eu já estava ruminando há tempos:
"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe".
Gente sem ambicão.
Ambição, aliás, é uma palavra muito mal interpretada hoje em dia. Quando se pensa em um sujeito ambicioso, já fazemos a imagem de alguém inescrupuloso, que só pensa em grana, e faz qualquer coisa por ela. Sim, existe muita gente assim, mas não é desse que eu falo.
Existe ambição de conhecimento. De vida. Existem planos ambiciosos, mudanças ambiciosas. O que não significa dinheiro.
Tem gente que perdeu essa aula. Gente que se contenta. É o povo do: "Tá ruim, mas tá bom", do "Tanto faz", do "Eu é que não vou mudar isso", do "também, não tem jeito".
Eu não aguento quem não se choca. Quem não se desestabiliza, que acha que não erra. Gente que, pra não sujar as mãos, prefere não fazer nada, senta a bunda em algum lugar e passa a vida a assistir novela ou telebarraco vespertino (nada contra novela, é só exemplo, viu).
Tenho pouca paciência com quem tem muitas certezas. Pessoas que acham que o mundo está resolvido.
Gosto mais de quem está confuso. Que não está entendendo nada. Prefiro gente que busca. Busca qualquer coisa, mas sabe o que está buscando. Que valoriza mais a estrada do que a chegada. Sou mais da galera que bate a cabeça no processo.
Fico cabreiro com pessoas que não falam nada. Que não se comprometem, estão sempre analisando tudo, de um lugar confortável. Já prefiro quem fala demais, dá a cara a tapa, se expõe. Pelo menos deles, eu sei o que esperar.
Tenho problemas com gente burra. Não estou falando de educação formal, mas sim do brilho nos olhos de alguém que quer aprender, sempre. Gente esperta, não espertalhona. Gente que não vira as costas para conhecimento.
O problema é que o mundo está cada vez mais cheio deles. Esse povo que prefere não remar contra a maré. Ou que acha que pra ser diferente é só parece diferente, se vestir diferente, cortar o cabelo diferente, mas que no fundo, é tão ou mais careta que os próprios avós.
Entram e saem do mundo sem serem percebidos. Ou como disse Oscar Wilde, apenas existem.